terça-feira, 3 de abril de 2012

Meds, o Nobre Edil e a Ditadura

Na década de 1950, a empresa apache&sioux J&J lançou em solo pátrio o absorvente Meds. As meninas de idade um pouco além do presente lembrar-se-ão do enunciado, nunca falado nas rádios, mas divulgado entre salmos e missais, como um broquel contra os males de ser mulher:

"Agora aqueles dias não mais martirizam os dias de trabalho".

Esta frase rodou gerações que vieram do pós-guerra até a geração do Woodstock, e isto não é pouca coisa. É uma frase lapidada em porões especializados em rompimento de conceitos, aqueles mesmos que provocaram o ocidente através de Simone de Beavoir e Betty Friedan. Devido à pouca capacidade intelectual, mas liberado de ser bobo, este blogueiro não se aventurará em invadir este tema pelo prisma deste foco antropológico feminista.

Pois bem, neste primeiro de abril comemorou-se o golpe militar que deu origem a uma ditadura cujo enredo muitos já conhecem. Poder-se-ia perguntar: - mas não foi dia 31? Não, Pedro Bó, o problema é que dia 01/04 ia pegar mal perante a sisuda classe dominante de então.

Lembrei do Meds hoje ao assistir ao julgamento político de um ex-prefeito em Timóteo, por uma comissão processante da Câmara Municipal. Sua Ex-celência, barbeiro, cabelereiro e edil de plantão foi o relator. Leu uma peça jurídica da qual nunca antes na história medieval da sua vida ousou saber que existia. Tropeçou em "olvidar", achou-a estranhíssima, além de expressar por pabex a um antigo aparelho de transmissão de dados denominado pabx. Fora isto, a péssima dicção, a péssima tonalidade de voz e o desconforto de ler coisas das quais não entende nada. As contas apreciadas são de 1989, ainda objeto de provocações e moeda de troca entre asseclas e vassalos do poder vigente.

O nobre edil mostrou total desconhecimento da história, das crises financeiras, da hiperinflação, das moedas correntes desvalorizadas aos borbotôes. Por exemplo: onze milhões de cruzados novos em agosto de 1989, pode parecer muita coisa, mas vale algo em torno de 4 reais. (http://www.portalbrasil.net/economia_real_conversao.htm)

Então, onde entra o Meds e o golpe militar nesta história. Ocorre que quando o ditador de plantão, nos duros anos de chumbo, o Gal Emílio, de alcunha Médici ocupou a cadeira que não lhe pertencia de fato, mandou a J&J mudar o nome do Meds, por entender que soava pejorativo à sua ex-celência, porque, afinal, cá entre nós, ter consigo o Meds era o sinal de rompimento com a ditadura, o que não era a intenção do generalíssimo.

É isto aí!

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